O Segredo do Meu Marido


O mês de Julho foi fértil em leituras. Para além do anterior que por cá publiquei, que terminei no início de Julho, li mais dois inteiros. O primeiro, foi "O segredo do meu marido", um livro de Liane Moriatry que, caso não me falhe a memória, comprei há cerca de um ano atrás. 

Comecei a lê-lo logo depois de terminar o "Fazes-me falta", no dia 8 de Julho. E adorei. Sempre que pude li um bocadinho porque foi muito difícil largar aquela narrativa para fazer seja o que for. À pala dessa brincadeira, deitei-me muitas vezes muito mais tarde do que eu tinha estipulado para mim. 

Ora, de início vamos conhecendo as personagens. Várias; famílias que parecem não ter nada a ver umas com as outras, simples rotinas diárias. Uma dona de casa que aparentemente é perfeita e tem tudo controlado num sítio, uma casa cujo casamento está a ruir da forma mais inesperada noutro, uma avó que vive para o neto. Nada disto parece ter ligação... mas tem. 

E com o decorrer da história, vamos percebendo qual é. Vamos ligando os pontos todos... e está tão bem escrito que como já disse, mal conseguia pousar o livro e fazer uma pausa na leitura. Acabei-o alguns dias depois, a 25, e nesse mesmo dia - já vos tinha dito do meu vazio enorme sempre que chego ao fim de um livro e tenho necessidade de começar logo outro, não já? - comecei a ler um livro que tenho em lista de espera há anos e anos, e que sinceramente nem sei como foi ficando para trás, sendo ele de um dos meus autores preferidos de sempre. 


Este é um livro especial. "Antídoto" de José Luís Peixoto. Um trabalho levado a cabo em parceria com a banda Moonspell. Claro que também tenho o álbum no qual os pequenos contos deste livro se inspiram, e que o ouvi vezes e vezes sem conta - embora, confesso, não o tenha feito nos últimos anos. 

Só podia abraçar este projeto uma vez que sempre admirei ambos. Uns por um lado, o outro por outro e quanto a mim, é uma junção perfeito que só poderia dar certo. 

"Em certos círculos", diz José Peixoto, "existe a ideia que o 'heavy-metal' é marginal e que estagnou numa série de fórmulas. Algum público do metal, por sua vez, associa a leitura a uma obrigação maçuda. Existe metal de qualidade e escrita que nos pode preencher". daqui

Aproveitei cada palavra do livro. Já o disse tantas vezes, Peixoto escreve como mais ninguém, reconheceria o seu estilo a léguas. Impressiona a forma como fura a pele de cada personagem, como os torna tão reais e etéreos ao mesmo tempo. Como por vezes parece não fazer sentido para logo a seguir nos cravar a própria pele, por ser tão humano, tão verdadeiro em sentimentos. 

Acabei-o no dia um. Dele restam-me ainda dois, os dois livros juvenis que lançou e que comprei logo (um, o outro ofereceu-me a minha mana), mas que ainda não li. Ainda ponderei ler outro dele a seguir, mas gostava de intercalar os autores dos livros que ainda tenho, por isso, o mais provável é que volte a ele quando acabar este que leio no momento ("Loucura" - Mário de Sá Carneiro). 

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